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O ensino da filosofia – Arteiros do Saber
quinta-feira, abril 25, 2024

O ensino da filosofia

A Filosofia esteve em nosso currículo escolar no passado, tendo sido abolida durante o regime militar, e retornando como optativa em 1982. Embora tínhamos essa disciplina em nosso currículo acadêmico, ela sempre foi objeto de contestação, e quando incluída, tinha como foco o ensino da lógica e da dialética, e uma breve história do pensamento humano. Esse debate se aplica aos dias atuais, pois muitos ainda olham a filosofia como sendo uma disciplina supérflua.

livros

Assim como hoje, nosso currículo escolar está voltado com objetivo de capacitar o aluno para ingressar no mundo do trabalho, portanto exigindo uma série de conhecimentos práticos que possam ser utilizados em sua fase adulta como membro produtivo da sociedade. A filosofia, assim como outras disciplinas, está voltada a dar ao indivíduo uma visão mais abrangente e levá-lo ao questionamento do status-quo, e infelizmente isso nem sempre é bem visto por aqueles que conduzem e decidem os destinos do país. Ela visa dar uma visão humanista à sociedade, e não tecnicista, como o requerido hoje. Se alguém tem dificuldade de compreender este enfoque, basta ver o que acontece hoje em nosso ensino médio, que acabou se tornando uma espécie de preparação para o ingresso nas universidades. A preocupação de se formar um indivíduo apto a passar em um teste de admissão ao ensino superior, transforma o ensino em mero suprimento de informação para um teste, esquecendo da razão de existência dessas disciplinas, e muitas vezes não se importando se o aluno compreende seu conteúdo e sua conexão com seu mundo prático. Tanto é verdadeiro, que uma vez passada a fase de ingresso na universidade, o aluno não se lembra de mais nada do que aprendeu.

Para os interessados em conhecer um pouco da história do ensino da filosofia no Brasil, recomendamos a leitura do bom artigo de Renata Paiva César publicado eletronicamente pela Revista Pandora (vide o endereço de acesso em nossa referência bibliográfica).

Ela nos chama a atenção que o ensino de filosofia deve considerar três itens:

1. Ensinar filosofia é ensinar o ato e o processo de filosofar.
2. Ensinar filosofia é fazer o aluno conhecer a história da filosofia como parte desse processo de filosofar.
3. Ensinar filosofia é estar aberto ao novo, não esquecendo a criatividade e o ato de pensar o novo.

Sobre este ensino, Heidegger comenta “Ocorre que a filosofia não é um saber que, à maneira de conhecimentos técnicos e mecânicos, se possa aprender diretamente ou, como uma doutrina econômica e formação profissional, se possa aplicar imediatamente e avaliar de acordo com a utilidade”. Portanto o ensino de filosofia é um convite a pensar, a refletir sobre nossa realidade, e sobre o fundamento da realidade humana, levando o estudante a ter consciência do mundo e de si mesmo.

Portanto, não é fácil ensinar filosofia, pois temos que fazer o aluno a se apaixonar pelo saber, pelo questionamento, estando aberto a ver seus fundamentos questionados. Além disso, o professor tem que estar aberto a este processo, pois longe de ser um detentor da verdade, será o agente de direcionamento do seu questionamento.

Segundo Lourenço A. Prado, “o professor não é, portanto, animador de debates, (…) ou o avivador de memórias adormecidas. Não é por outro lado, o agente principal, criador de conhecimentos na cabeça do discípulo, mas é auxiliar, causa adjuvante, que oferece ao discípulo, por apoios externos, uma rica contribuição para ele, discípulo, chegue mais rápido e possa subir mais alto, na aquisição de conhecimentos. Quem conhece, quem aprende, o agente principal na aquisição da verdade é o discípulo: o professor tem a nobre função de auxiliar. (Note-se: professor e ensino não necessariamente em escola, mas em todo o convívio humano em que o mais velho ajuda o mais moço e, de modo particular, pai e mãe, na convivência familiar.”

Nossa ambição é fazer de alguma parte desse processo educacional, e por não dizer de despertar para o pensar, como forma de mutação do indivíduo enquanto SER.

 

Bibliografia de referência:

CESAR, Renata Paiva – artigo “O Ensino de Filosofia no Brasil” – Revista Pandora – acesso através do link: http://revistapandorabrasil.com/revista_pandora/renata/o_ensino_brasil.pdf
HEIDEGGER, Martim – Introdução à metafísica – Tempo Brasileiro – 1966
PRADO, Lourenço de Almeida – Educação: Ajudar a pensar, sim: Conscientizar, não – Editora Agir – 1991
SILVA, Adriane Kareen Muller; LOPES, Maria Inácia; e PRADO, Pe. João Batista Ferraz do – artigo “Uma breve reflexão sobre o ensino de filosofia nas escolas de ensino médio do Brasil – acesso através do link: http://catolicadeanapolis.edu.br/revmagistro/wp-content/uploads/2013/05/Uma-breve-reflex%C3%A3o-sobre-o-ensino-de-Filosofi.pdf
GOMES, Pedro Braga – artigo: “O ensino da filosofia: conceitos e justificativas – acesso através do link: http://www.fals.com.br/revela19/REVELA%20XVII/ensinodafilosofia.pdf