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Somos éticos? – Arteiros do Saber
terça-feira, abril 23, 2024

Somos éticos?

Valores morais e éticos são disciplinas estudadas pela Filosofia, assim como, a epistemologia, a lógica e a dialética, por isso, a Filosofia é a disciplina que possui os conhecimentos necessários para analisar se somos ou não éticos.

Começamos por entender a Filosofia como um conhecimento que permite ao Homem fazer reflexões críticas sobre um determinado tema, problema ou dilema, além disso, coloca-o como o objeto principal das suas investigações, dessa forma, ela se volta para a vida do Homem e como este se relaciona com o meio em que vive, neste caso, a sociedade.

Atualmente, devido aos problemas atuais da sociedade moderna. Tais como: a corrupção, a falta de segurança e o descaso das autoridades públicas com as questões sociais de igualdade e de direito, urge a necessidade de aproximar a Filosofia do cotidiano das pessoas, principalmente, através da ética. O exercício filosófico de autorreflexão quando praticado, permite ao indivíduo encontrar novos meios de pensar e agir, tornando-se mais criativo, além de encontrar argumentos mais consistentes para sustentar suas decisões.

A Filosofia, dessa forma, além de ser fundamental, tem como principal missão: exercer seu papel de questionadora; subverter o conhecimento praticado pelo senso comum; validar a verdade dos argumentos; ser crítica de si mesma e ter a dúvida como sua principal aliada. Resumidamente, formar indivíduos mais críticos e conscientes do seu papel individual e social, além de possibilitar rever valores morais oriundos da sua formação, hábitos e costumes, muitas vezes, origem da maioria dos conflitos éticos da sociedade contemporânea.

Definição do Conceito de Moral, Ética e Origem dos Conflitos

Existem duas definições diferentes sobre a etimologia das palavras Moral e Ética, as duas acepções tem origem no vocábulo grego Ethos: um ethos que caracterizou a essência humana, sem denotar o uso da razão, que denominamos como Moral e um ethos que correspondeu à constituição da prática dos hábitos, quando a ação humana se defronta com a moral alheia e, fazendo uso da razão, o Ser supera os impulsos do desejo, que denominaremos Ética.

Existe, também, a tradução romana do ethos, do latim “Mores”, significando costumes. Entretanto, essa definição latina da moral deixou de lado a dimensão humana do ethos grego (com eta inicial, ?) para privilegiar o sentido comunitário de uma ação, resultando numa falta e entendimento das diferenças entre Moral e Ética.

Por isso, muitas vezes, a ética se confunde com a moral, entretanto, fica claro que são dois conceitos diferentes, considerando-se que ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, portanto é dinâmica e mutável, enquanto que moral é o costume ou conjunto de normas e regras adquiridas com o passar do tempo.

Por exemplo, possuímos nossos valores morais desde pequenos, somos educados para sobreviver pelos nossos pais, familiares e amigos, esse aprendizado norteia nossas ações, choramos quando estamos com fome ou sede; agredimos quando nos sentimos ameaçados; pedimos coisas sem ter noção de valores; corremos riscos sem avaliar os perigos e repetimos essas ações em qualquer contexto, pois aprendemos que assim conseguimos o que queremos.

Quando vivemos em sociedade, se agirmos da mesma forma conflitaremos com os interesses do outro, pois existem entendimentos diferentes para situações semelhantes. Utilizar a razão antes de agir de forma automática, significa, abrir mão do desejo individual em prol de um bem maior que satisfaça o indivíduo e a sociedade.

Podemos observar que existe uma circularidade dialética estabelecida entre valores morais e éticos, que faz da concepção de homem ser contrária a ideia de um Ser indivi¬dualista, pois, existe um processo em curso de socialização do indivíduo.

Neste mundo multifacetado, onde o indivíduo precisa se garantir de maneiras diferentes para sobreviver; o regime capitalista que vivemos atualmente, onde as questões econômicas possuem um grande peso sobre as relações sociais e em todas as demais estruturas que compõem a sociedade. Dessa forma, o indivíduo sofre a influência do capitalismo na construção da sua base social, onde a produção de bens norteará suas atividades (práxis) e torna a ética subjetiva e de caráter ideológico.

Origem dos Conflitos

Perceba que existe uma circularidade entre a Moral e a Ética e as diferentes interpretações para um mesmo valor, as bases para a geração do conflito ético são criadas e caracterizadas pela relação entre frear os impulsos do desejo individual versus a expectativa social. Dessa forma, torna-se um conflito de valores.

Os costumes e práticas exercidas por um grupo acabam se tornando uma pressão social que se expressa através de um inconformismo pessoal, gerando a busca de novas formas de convivência e abrindo a possibilidade da reestruturação da Ética.

O Ser é livre para agir até certo ponto, pois, a pressão social preconiza um acordo através do cumprimento de regras e valores comuns, ferindo a liberdade individual de pensar e agir. Por exemplo: um jovem em fase de construção da sua identidade, neste período, ele está lidando com suas próprias representações do mundo, criando seus projetos, planejando seu futuro e revendo suas experiências, ou seja, sua identidade pessoal está vinculada à sua própria história de vida, marca a busca de uma autonomia para agir.

Por isso, é comum na convivência com outros indivíduos, o surgimento de conflitos de interesses, já que as práticas coletivas são diferentes. O resultado dos conflitos é balizado pelas relações de poder, quando um indivíduo tenta impor ao outro a sua vontade pessoal, geralmente, vence o conflito aquele que está mais capacitado e possui mais habilidades para subjugar a vontade do outro.

Evidentemente, as pessoas não nascem com a moral desenvolvida a ponto de perceber todas as diferenças de poder, mas, podem se tornar indivíduos éticos pela educação, quando a cidadania passa a ser um objeto de aprendizagem. Este fato decorre que ninguém pode permanecer alheio às questões sociais.

O Papel da Filosofia no Ensino da Ética

Inseridos numa sociedade tecnológica globalizada, o conhecimento se tornou cada vez mais necessário, mas os mecanismos para sua aquisição exigem pouco ou nenhuma reflexão. Por exemplo: um aluno não se interessa pelo ensino da matemática, geografia, filosofia e outras matérias, porque acredita que um smartphone, que possui as funções: Calculadora, GPS e Internet, sejam suficientes para ele ter acesso ao conhecimento quando quiser e sem precisar estudar. Esquecem-se que o conhecimento precisa ser aprendido de forma crítica e reflexiva, além disso, muitos se dizem portadores de sua própria filosofia, mas, esquecem-se, dos principais fundamentos filosóficos envolvidos, tais como a metafísica, a epistemologia e a lógica.

Para promover esta mudança é preciso assumir uma postura diferente que leve à reinvenção do sistema ensino-aprendizagem. O modelo atual, onde quer que seja aplicado, foi consolidado há vários séculos e agora têm que dar conta, também, das novas demandas e necessidades de uma sociedade democrática, tecnológica, inclusiva, repleta de diferenças sociais e pautadas no conhecimento inter, multi e transdisciplinar.

Então, somos éticos? Questão complicada para a maioria dos filósofos responderem, felizmente, existem alternativas para deixar de ser um detentor, apresentador e ou avaliador de conhecimentos para se tornar um moderador de ideias.

Liberdade para pensar e estimular a dialética utilizando a razão para promover a discussão sobre conflitos sociais, dotando o indivíduo de habilidades que lhe permitam exercer suas ações no trabalho, na cultura, na política e na convivência com os demais. Essa é a nossa proposta.

Renato Alves